quarta-feira, 15 de julho de 2009

Wolfram|Alpha: motor de pesquisa e enciclopédia

A 30 de Abril de 2009, na Universidade de Harvard (EUA), foi apresentado um novo motor de pesquisa, baseado aquilo a que se chama “conhecimento computacional”. Chama-se Wolfram Alpha e foi descrito como uma ferramenta que “ouve” o utilizador e lhe oferece respostas em vez de propor fontes de informação.

De facto, enquanto o Google e outros motores de pesquisa tradicionais apresentam uma lista de páginas Web onde os utilizadores podem ir buscar informação relacionada com os termos pesquisados, o Wolfram Alpha analisa as nossas palavras e indica a informação considerada relevante. A pesquisa pode até assumir a forma de uma pergunta, desde que seja concreta (ex: qual é a maior cidade de Portugal?) e não abstrata (ex: qual é a melhor cidade de Portugal?). Depois de feita uma pergunta, o sistema processa as respostas recolhendo dados de várias páginas e bases que contenham unicamente informação relevante para essa pergunta em concreto.

Segundo o seu autor, o físico Stephen Wolfram, o projecto pode ser descrito como uma intersecção entre análise de conteúdos e as buscas genéricas na Internet, de modo a dar respostas, em vez de remeter para potenciais fontes de informação: “Tenta dar-nos informação útil com base naquilo que consegue processar (...) O objectivo é dar a toda a gente acesso a explicações ao nível de um perito”.

O Wolfram Alpha tem outras funcionalidades ligadas à matemática, algumas das quais o Google já possuía: faz cálculos complexos, traça gráficos relativos a fórmulas matemáticas, converte moedas e medidas, apresenta estatísticas e probabilidades. Mas o Wolfram serve também como uma enciclopédia interessante em áreas como a física, a química e a geografia. Por exemplo, se pesquisarem algo como “caffeine vs. aspirin”, é apresentada uma comparação dos dois compostos, incluindo fórmulas químicas a três dimensões e uma série de propriedades físicas e químicas.

Como seria de esperar, este motor de pesquisa ainda incide principalmente sobre o mundo anglo-saxónico e várias pesquisas em português que experimentei fazer não produziram resultados. No entanto, trata-se de um projecto em desenvolvimento e, à medida que for divulgado e ganhar utilizadores, poderá vir a ter uma versão portuguesa, como se verificou com o Google.

Em todo o caso, parece ser uma excelente ferramenta de processamento de dados, capaz de compreender o conteúdo das páginas e das perguntas do utilizador (em vez de procurar apenas palavras-chave), inovando sobretudo nas formas possíveis de apresentação das respostas. Perante a exigência crescente de boa informação online e a pressão para obtê-la em pouco tempo, o futuro da pesquisa na Internet pode passar por sistemas assim, que apresentam informação factual, de forma simples, extraída do universo vastíssimo e em constante expansão da Web.

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